Arquitetura e Urbanismo pela estudante Ana Rúbia Ferraz

30 de junho de 2010

Resenha sobre Intervenção das Vagas

O Funcionários é um bairro parado, com poucas pessoas nas ruas e quase silencioso (se não fossem os carros) em um sábado pela manhã. Isso ficou claro diante do resultado de expormos alguns objetos no meio das ruas.

A valorização de prédios e do trânsito faz uma relação de causa/conseqüência com a situação, se transformando em um ciclo vicioso: mais prédios e carros, menos pessoas nas ruas; menos pessoas nas ruas, mais valorização de prédios e carros. Logo, segundo Jane Jacobs, as ruas deixam de ser seguras por não ter quem as vigie e esse papel é passado à guardas privatizados que não tem relação direta com a rua e são, portanto, naturalmente menos eficientes¹. A falta de segurança afasta as pessoas da rua e umas das outras.

Nós temos condições de discutir e tentar mudar arquitetonicamente essa situação (que está literalmente na nossa frente), foi isso que entendi que os professores buscavam com o trabalho de ocupar a vaga de um carro de outra forma. Como escreveu Hertzberger, toda arquitetura afeta a sociedade², e dessa vez não foi diferente

Meu grupo propôs um playground para trazer a criança de volta à rua, lugar onde muito esteve e de onde tem se distanciado cada vez mais devido ao processo acima (sem consciência dele na maioria das vezes). Utilizamos pneus porque, além de fazer a relação com a vaga, nós sabíamos de seu uso em parquinhos e, para ampliar a questão, os pintamos como faixas de interditado (apesar de algumas pessoas preferirem relacionar à copa).

O projeto era composto por carrinhos, balanço em árvore, pula-pula e pufes estofados com brincadeiras. Havia sugestão de atividades, mas as crianças (ou mesmo adultos) podiam se apropriar de maneiras diferentes, inclusive dos pneus deitados que delimitavam com a pista.

A interação com o playground foi limitada em quantidade, mas em qualidade foi muito interessante. Atitudes típicas das nossas discussões puderam ser observadas, como pais apressando os filhos para ir embora (o exemplo dos adultos faz diferença¹, nesse caso, infelizmente), mães dizendo que não conhecem outras crianças para brincar com seus filhos e estes empolgados em atividades que não costumam ter, principalmente na rua.

Houveram aqueles que passaram de carro, perguntaram o que era, pediram por ações como essa no bairro e também aqueles apáticos a qualquer coisa que aquilo poderia significar. As pessoas costumam cometer o erro de acreditar que as coisas se organizam de acordo com as melhores intenções, mas devemos ser capazes de distinguir por nós mesmos o que está acontecendo ao nosso redor².

Referências diretas à:

¹Morte e Vida das Grandes Cidades – Jane Jacobs

²Lições de Arquitetura – Herman Hertzberger


Entrega final: Projeto Arrudas

















15 de junho de 2010

Disse que me disse: Bombas de sementes!

Não são chicletes nem gosminhas que grudam na parede, o que sai dessas máquinas onde se põem moedas e gira é uma mistura de adubo, argila e sementes em forma de bola.
A proposta é que as pessoas façam com elas o que muitos animais fazem: plantar sem cavar e regar, tornando o processo simples e até divertido.
Os designers sociais (como eles mesmo se chamam) são os americanos Daniel Philips e Kim Karlsrud, da COMMONStudio, que inclusive aparecem nesse ótimo vídeo falando das idéias do projeto.
Estando no papel de designers, Daniel e Kim não queriam fazer apenas mais uma ''coisa'' e a vontade de ver uma cidade mais bonita e ''saudável'' foi uma motivação. Trazer a população como parte determinante do processo ajuda a abrir os olhos para a cidade à sua frente e levar esse conceito adiante,
O site da COMMONStudio mostra as cidades onde há máquinas e nos EUA as pessoas podem entrar em contato para instalar uma na sua região. Fica a esperança de que essa idéia possa chegar ao Brasil.

Visto em:

14 de junho de 2010

Em Inhotim

No final de maio boa parte da turma reuniu para ir ao museu de arte e jardim botânico Inhotim.
O complexo é sem dúvida um passeio válido a todos, em um ambiente agradável milhares de espécies de plantas e centenas de obras podem ser apreciadas, por isso é bom dispor de tempo para aproveitar o que o lugar tem a oferecer.




Não vou destacar uma obra em particular, muitas tem um contexto, uma idéia interessante por trás, passíveis às interpretações de cada um (e esse é o ponto da arte conceitual), mas sim os espaços dispostos para sentar e descansar, compostos principalmente por troncos de árvores. Em um lugar tão grande onde passamos o dia todo, paramos muitas vezes neles.
Perto de lagos, à sombra de árvores, mesmo sendo simples, os bancos naquele ambiente já ficavam diferentes.


Disse que me disse: Exposição Raquel Shembri Solo


Entre 7 e 30 de maio uma das galerias do Palácio das Artes contou com obras de Raquel Shembri, uma jovem artista plástica mineira que desde de 2003 pinta telas e ruas e já expôs em países como Itália, Estados Unidos e Uruguai.

A exposição mostra várias maneiras diferentes que a artista usa para se expressar, dando à exposição um tom intimista, também pelo conteúdo das obras que são essencialmente retratos de pessoas. Inclusive as expressões chamam bastante atenção pela aproximação inusitada com a realidade.

O conjunto das obras não está lá por uma coerência óbvia, tanto que em meio a tantas pessoas há uma enorme preguiça pintada na parede.
Imagens feitas pela artista podem ser vistas pelo flicker e myspace, mas fica recomendado vê-las ao vivo numa próxima oportunidade!

Mais informações em:

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